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quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Sandices felídeas


A prodigalidade da natureza, desde muitas centenas de milhões de anos, abriu um leque enorme onde distribui milhões de espécies animais. Dado as profundas e variadíssimas condições ambientais do planetinha azul é compulsório se esperar que uma multiplicidade de seres o habitassem. Assim, através de experimentações, a evolução das espécies foi cobrindo terras e mares com seres animais e vegetais que se adaptaram, através dos milênios, aos ambientes disponíveis. É bem verdade que nem todas as espécies que foram criadas sobreviveram, algumas extinções em massa (sete, no mínimo) foram observadas através dos fósseis que deixaram como prova.
A verdade é que o Planeta já passou por diversas extinções em massa, algumas de proporções megalodônticas, levando ao desaparecimento completo da maioria das espécies, e outras menores, nas quais foram extintos apenas alguns grupos de seres vivos. De qualquer forma, as extinções de grandes proporções marcam a mudança de um período a outro da história da Terra. Por exemplo, a extinção há 500 milhões de anos, chamada do Cambriano, marcou a passagem do período Cambriano para o Ordoviciano.
De certa forma, fica mais ou menos evidente que natureza “aproveita” as extinções - normalmente causadas por convulsões naturais, já que a Terra é um ser vivo – para renovar o plantel. O seja, depois de um grande cataclismo que provoque uma mortandade numerosa, os espaços vazios deixados pelos extintos, vão sendo ocupados por novas espécies que surgem e se desenvolvem. A natureza tem horror ao vácuo. Assim se deu depois que há 65 milhões de anos um asteróide do tamanho do Everest colidiu com a região onde hoje é o golfo mexicano e extinguiu os dinossauros, os quais viviam no Planeta há, pelo menos, 150 milhões de anos. Os bichos eram bem sucedidos evolucionariamente, mas, ao contrário dos crocodilianos que continuam existindo até hoje, não tiveram jogo de cintura para agüentar as mudanças climáticas surgidas em consequência do impacto. Foram para o brejo e deram chance para que os mamíferos que já existiam ocupassem os nichos deixados pelos bichos de sangue frio, o Homo, seja o sapiens ou qualquer uma das outras quatro espécies conhecidas, é produto dessa reengenharia. Porém, antes que alguém ache que essa foi a última extinção registrada, é bom que se diga, há dez mil anos os mamutes foram extintos, talvez com alguma ajudinha humana, mas, provavelmente, por mudanças climáticas de monta.
Então, extintos os dinossauros, os mamíferos puderam soltar a franga e se reproduzir em grande diversidade ocupando todos os cantos do Planeta. Não só os espaços físicos foram reorganizados, como a cadeia alimentar passou a ter nova dinâmica. Plantas eram alimentos de insetos, aves e mamíferos herbívoros, que serviam de alimento aos predadores carnívoros e aos carniceiros. Lembrando que carniceiros em geral não matam as presas, alimentam-se de restos de carcaças mortas por carnívoros ou acometidas de morte natural. Urubus e hienas são exemplos de carniceiros bem sucedidos dos tempos atuais, mas existem muitos outros. Como disse acima, a cadeia alimentar se reorganizou, daí espécies antes inexistentes passaram a ocupar o topo dessa cadeia. Os felinos foram as espécies que mais se destacaram nessa corrida ao pico do Everest, comem os de baixo e ninguém acima se alimenta deles.
Pois então, desde a extinção dos dinossauros, com os mamíferos praticamente dominando o meio campo; muitas espécies se destacando em seus ambientes, como os ursos no hemisfério norte e os grandes herbívoros na África, os felinos ocupando o alto do pódio alimentar, alguns desses animais estão entre os mais belos do Planeta. O felino é animal muito bonito antes de tudo. Mas, além disso, é forte, ágil, extremamente elegante, rápido, flexível e persistente. Existem felinos nas Américas, na África e na Eurásia, mas são inexistentes na Oceania, lá predominam os marsupiais.
Há registros históricos bem recentes – registros feitos pelo Império Romano – os quais dão conta que leões e tigres eram abundantes na Europa, Ásia e África. Hoje temos leões na África, tigres e leões na Ásia, mas a Europa está destituída deles graças à caça e ocupação e desmate de áreas em que viviam. Nas Américas temos linces no hemisfério norte, onças pintadas no hemisfério sul e puma, leão da montanha, suçuarana, onça parda ou cugar nos dois hemisférios. O puma é um felino tão bem sucedido – talvez melhor que qualquer outro - que ocupa espaços desde a fria Patagônia argentina até o frio estado de Oregon nos EUA, passando pelas florestas tropicais da América do Sul e da América Central e pelas montanhas rochosas do nosso irmão do norte. Talvez por isso seja conhecido por tantos nomes.
Mas, dentre todos os belos felinos do Planeta, os tantos que existem na África e até nossa belíssima onça pintada pantaneira, o mais espetacular é o guepardo, bicho parecido com o leopardo, porém mais esguio e com dois riscos verticais na cara como fossem lágrimas. Esse bicho de pelagem pintalgada é o animal terrestre mais rápido Planeta, chega a alcançar mais de 100 quilômetros por hora. Sua estratégia de caça consiste em avaliar a presa de longe e atacar correndo para alcançá-la. É um animal predador, preferindo uma estratégia simples: caçar as suas presas através de perseguições a alta velocidade, em vez de tácticas como a caça por emboscada ou em grupo, mas por vezes, pode caçar em dupla. Consegue atingir velocidades de 115 a 120 km/h, por curtos períodos de cada vez (ao fim de 400 metros de corrida), sendo o mais rápido de todos os animais terrestres, porém, em certa ocasião, avistou-se um guepardo que correu atrás de sua presa por 73 metros em 2 segundos, o que dá uma média de 130 quilômetros horários. Essa maravilhosa máquina de músculos é como um bólido esportivo, é o Lamborghini do reino animal.
Lembremos também que o gato doméstico, Felis catus, provavelmente descendente do Felis silvestri, é um felino como os demais, ou seja, primo dos leões, das jaguatiricas, das onças e até do formidável guepardo. As pessoas que gostam de gatos, na verdade apreciam a independência e a serenidade desses bichos, na natureza eles também são assim. JAIR, Floripa, 04/03/12.

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